Primeira Maquete - Antes do Megalitismo Alentejano (7000-5500 a.C.)
Primeira Maquete
Nesta maquete está presente o estilo de vida dos caçadores-recolectores, onde podemos identificar uma forte presença da caça para a alimentação e para o uso das peles como cobertura das cabanas. Nesta mesma maquete conseguimos também ver a forte presença da pesca nestas sociedades como uma importante forma de alimentação. Por outro lado, temos ainda a representação do convívio entre os membros da sociedade através do círculo em volta da fogueira.

Figura 1 - Primeira Maquete. retirado de: https://2.bp.blogspot.com/-3x3Qi4QC-e0/WdA3haVPcCI/AAAAAAAAAHU/dqEx1IroUJg3GqPliYnEQLGCtThdu04jgCLcBGAs/s640/_6306850.jpg?hl=pt_PT
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Há cerca de 8000 anos, num quadro de acentuada melhoria climática, que se traduziu num desenvolvimento da floresta e no consequente fecho de paisagens, as últimas sociedades de caçadores-recolectores (Mesolítico) concentraram-se nas margens dos limites superiores dos estuários do Tejo e do Sado, em ambientes naturais particularmente ricos.
De facto, as principais evidências dessa época - os concheiros – localizam-se nas interfaces entre ecossistemas muito diferentes e economicamente complementares: no interior, densamente florestado, caçava-se o veado, o javali ou auroque; no rico, no estuário e no mar, caçavam-se, pescavam-se e recoletavam-se as distintas espécies aquáticas disponíveis, nomeadamente as aves, o peixe ou o marisco.
O Alentejo Central estaria, nesse período, relativamente deserto, coberto por florestas e matagais, embora deva ter sido frequentado esporadicamente pelos grupos mesolíticos dos estuários.
Revolução Neolítica (5500-3500 a. C.)
Segunda e Terceira Maquete
Os primeiros monumentos megalíticos alentejanos – menires e recintos megalíticos – foram construídos pelos colonos neolíticos, instalados, a partir de 5500 antes de Cristo, no Alentejo Central. Nesse processo, existe, por um lado, uma importante componente cultural com origem no Próximo Oriente – onde o Neolítico germinou e se desenvolveu entre 9500 e 7000 antes de Cristo – e, por outro lado, uma participação fundamental das populações indígenas, os últimos caçadores-recolectores mesolíticos dos estuários do Tejo e do Sado.
O Neolítico implicou uma profunda revolução na vida quotidiana das populações: estabeleceu-se uma nova relação entre o Homem e a Natureza.
O Homem domesticou plantas (agricultura) e animais (pastorícia), criou novos artefactos (cerâmica, pedra polida), e alterou, pela primeira vez, em larga escala, a própria fisionomia das paisagens (limpando a floresta natural, para criar campos de cultivo e pastoreio), marcando-as, simbolicamente, nas paisagens graníticas, em locais
onde se destacam grandes afloramentos rochosos e onde os cursos de água são incipientes.

Figura 2: Maquetes 2 e 3. Retirado de: https://www.evoraticket.pt/
Maquete 2
Na maquete da esquerda podemos identificar a crescente importância da cultura e da sociabilidade no período correspondente ao Neolítico. Podemos ver isto através da criação de monumentos culturais e o trabalho em equipa que os membros destas sociedades tinham de realizar para levantar tal monumento. Por outro lado, conseguimos também identificar uma grande atenção ao convívio e à sociabilidade, no canto inferior esquerdo, com danças e o tocar de instrumentos.
Maquete 3
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Na maquete da direita temos representado o desenvolvimento da construção das casas, agora constituídas com materiais mais complexos. Porém, a mudança mais importante durante este período seria a introdução da agricultura e da pecuária nas sociedades. No canto superior direito temos um exemplo da preparação e limpeza do solo para a plantação de alimentos. Já com a pastorícia temos a domesticação de animais para o uso alimentar ou como moeda de troca com outros assentamentos.
O Neolítico Final: Consolidação das Sociedades Camponesas (3500-3000 a.C.)
Figura 3: Desenvolvimento de um povoado, Fonte: Fotografia (Diogo Martins) 2023
Imagem
O sucesso regional do modo de vida neolítico traduziu-se, em termos paisagísticos, na expansão do povoamento para além das áreas graníticas.
Surgiram, na fase final do Neolítico (3500-3000 antes de Cristo), novos povoados, alguns deles de dimensões consideráveis, relacionados geralmente com boas manchas de solos agrícolas e cursos de água com alguma importância. Trata-se de áreas abertas, de relevos suaves e atualmente pouco arborizadas.
Nessa época, foi construída a maior parte das antas ( monumentos funerários megalíticos) do Alentejo Central. Em
escavações arqueológicas recentes, foram identificados sistemas de fossos, mais ou menos complexos, delimitando e segmentando as áreas dos povoados. Num desses povoados, o das Águas Frias (Alandroal), foram encontrados vestígios de fabrico, em larga escala, de placas de xisto decoradas.
Nesta imagem temos o desenvolvimento de um povoado que se vai situar numa região propicia para a agricultura e para a pastorícia, com regiões abertas e águas limpas. Com isto é então possível desenvolver povoados, como o que podemos ver na imagem, onde temos uma maior complexidade estrutural tanto das casas como das divisões entre áreasindividuais com o uso de pequenos muros.
